sexta-feira, 25 de julho de 2014

"Se o amor é cego, então nunca acerta o alvo"

E aqui estamos nós, mais uma vez. Depois da mulher estátua voltou a revolta.
Voltamos á rotina do diz-que-disse. Do diz e desdiz, do diz que "te quero tanto" partilhado com dúzias e repetido e imitado mil e quinhentas vezes. E é então que volto á instabilidade e ao toque frenético e ao dedilhado louco no meu blog. E é aqui que tenho a inspiração: más atitudes de outrem.
Atualmente reflito sobre o conceito de "amor partilhado", ao que parece não é tão atual quanto isto. Desde sempre que há uma tendência natural para fazer crer que o amor é eterno apenas pela curiosidade de o dizer e depois, a destruir por completo qualquer ideal. Ora bem.
Dos assuntos que mais adrenalina me dá será este, pelo simples facto de saber tão bem que toda a gente sofre do mesmo mal. Quantas vezes já ouvi repetidamente "amo-te", "és tu quem eu quero", "FAZES-ME BEM"? Exato. E quantas vezes é que já não vi essas palavras viradas contra mim em discussões fúteis? "Tudo o que fazes, faz-me sentir tão mal". Meus caros, a verdade é simples. Quando eu gosto, não magoo. E quando o faço não é propositado e logo o remedeio.
Enfim, para além disto, quantas vezes já não vi as palavras outrora destinadas APENAS E SÓ a mim serem distribuídas como panfletos de uma discoteca In para angariar clientes? Demasiadas.
Saberia bem dizer que 'já chega' e 'desta vez, acabou'. Mas lá está, não acabou. Porque nunca acaba.
Eu revolto-me, eu rejeito. Fico enraivecida e tento destruir tudo e planear uma vingança muito fria só para cortar o mal pela raiz. Até que vem a instabilidade.
Fico louca só de pensar que estou a acabar com uma coisa que OUTRORA foi tão boa. E é então que desisto e volto a mumificar todas as minhas ações.
Boa. E agora? Ele repete a treta toda do 'és perfeita e quero ficar contigo' para toda a gente que aceita essas palavras? E eu?
Simples. Shakespeare disse em Romeu e Julieta: 'Se o amor é cego, nunca acerta o alvo', ao que parece este é o mal de que tantos sofrem. O amor cego que vai testando e testando cada pessoa, levando a paixão e depois tirando-a, friamente.
É compreensível o amor é cego. Mas e o outro? O que vou fazer de mim que o vejo?
Eu vejo de quem eu gosto e o porquê de o fazer? Eu vou ficando aqui, revoltada com o que ainda vejo até que finalmente algo me cegue e eu deixe de te ver, finalmente.

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