domingo, 20 de julho de 2014

Durante a tua ausência

Durante a tua ausência supliquei a mundos e fundos que me fosse retirado o coração de tamanho suplício que não era te ter.
Durante a tua ausência fingi não sentir mais nada, fingi uma memória que te apagava maioritariamente de mim, fingi um esquecimento, fingi-te.
Durante a tua ausência liguei-me a conexões desconexas que pela primeira vez fizeram algum sentido!
Durante a tua ausência acreditei no impossível, acreditei em hipóteses e probabilidades matematicamente calculadas na esperança de uma vida.
Durante a tua ausência fui "feliz".
Atingi um clímax de felicidade que nem eu mesma o compreendi.
A névoa dissipou-se, o frio foi aquecido, a cabeça preenchida e o resto completo.
E quando estava realmente a estimar, apareceste.
Deixaste-me a cabeça em água, fizeste-me pensar e repensar no que eu já tinha planeado.
Todos os meus planos, descobertas e maquiavélicas vinganças só por piada. Agora tenho ambições cortadas mas desejos ínfinitos.
Tenho uma grande amargura recente mas uma paixão acesa.
Tenho o que a razão manda mas não o que o coração respeita.
Tenho uma felicidade relativa mas não uma ambição pelo abismo.
Tenho segurança mas não borboletas na barriga.
Tenho o que devo mas não o que quero.
Durante a tua ausência, fui o que não sou.
Agora pergunto qual, a escolha de pessoa a ser?

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